É no meu corredor que ele passa. Na esquina do neurotransmissor lá no cérebro, é onde ele está todos os dias. Onde deixa o vestígio da saliva da ponta da língua de quando dizia que amava. De quando durava. De quando os olhos brilhavam ao invés de se desvirarem de desgosto e desdém.
É na minha mão que ele passa. Em cada ruga desenhada e riscada, ele passa. Ainda sinto o cheiro do sorriso que ele estampa na cor da beleza do rosto. O sorriso é bem mais bonito que a dor.
É na minha alma que ele passa, correndo pelas entranhas, sugando o que há, percorrendo as veias dos braços que abraçam seu corpo tão abraçável. É em mim que ele passa.
É na minha estante que ele fica, entre Bukowski e os livros que eu lia quando não sabia o que devia ler. Fica lá guardado e escondido, porque eu já conheço toda a história estampada na cara e nas páginas recém-pintadas do livro. A dor ancestral de que tanto fala, eu já sei. Só não sei do resto que mais importa.
Decidi reler, e descobri: é em mim que ele é.
É nele que eu sou.
menina! olha... não sei se é elogio ou frustração mas: me deu vontade de escrever cada vez mais, e cada vez mais ler e cada vez mais me perder..por obras assim que sou feliz por poder ler. me identifiquei horrores agora de uma forma que olhaaa..Parabéns!
ResponderExcluirWillian Lopes de Sousa Augusto
ResponderExcluirpoxa, que lindo :') seja elogio ou não, brigada. fico feliz com isso aí. :)