sábado, 29 de setembro de 2012

Uma dose de beleza

        Ontem fui parar num lugar interessante. Numa das esquinas da Praça de Casa Forte, do lado contrário ao cartório, cheia de pequenos restaurantes e várias mesinhas espalhadas pela calçada. Não tinha gente demais, nem gente de menos. Aliás, só tinha mesmo gente bonita.
        Exceto pelo DJ. Sim, tinha um DJ lá, só que não era qualquer tipo de cara que coloca um som para as pessoas. Ele era doidão mesmo, com uma cabeleira cacheada toda em pé, meio black power (só que sem ser, não sei explicar), de seus 40 para 50 anos. Bonito, ele não era, não fisicamente. Mas descobri ali uma alma linda e muito curiosa.
        Ele colocava vinis para tocar. Sim, vinis, LPs, discos. Alguns CDs também, mas a maioria era vinil mesmo. Quando cheguei, estava num jazz delicioso. Depois ele começou a passear pela década de 60, passando inclusive por John Lennon. Ele fazia air bass enquanto os discos rodavam e parecia estar num mundo totalmente paralelo e cheio de uma alegria inexplicável que só ele entende.
        Achei aquilo incrível e muito bonito. Gente que gosta de música, mas que gosta de verdade, do fundo do ID (sim, o de Freud), parece ser meio especial. Aquela criatura carrega em si algo único e ver aquela cena me fez pensar como existem pessoas incríveis no mundo.
        Nunca vou esquecer do DJ-cabeleira-doidão-sessentista.

Um comentário:

  1. Hummmmmm... Gostei da ambiguidade do título, bem colocada.
    Eu sugeriria, ainda, "um toque de beleza" :)

    Beijos

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